quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Prólogo

    A noite em Mar de Leste estava como sempre estivera. O ar, quase parado, deixava a quente cidade ainda mais abafada. O cheiro do mar era imperceptível, pois o odor de peixe impregnava o ar. Mas isso não parecia afetar os moradores da região que há anos já estavam acostumados. Nenhum som além daquele proveniente do mar se ouvia, o que dizia que a noite recém começara, em algumas horas, o silêncio seria trocado por gritos, berros e cantoria vindos quem sabe da hospedaria Rabo de Bagre ou da taverna Vinho Fresco.
   A única movimentação que existia na cidade se dava no porto, vários barcos descarregavam as pescas do dia, suprimentos eram guardados, suspiros de alívio pelo fim do dia e bocejos de cansaço eram ouvidos, capitães davam boa noite para o mar, seu fiel companheiro, que lhes esperaria para que no dia seguinte continuassem sua jornada.
    Parecia ser uma típica noite na cidade, nada era muito diferente do habitual, exceto talvez pelos seis estranhos    viajantes que estavam se dirigindo a uma velha cervejaria. Nem sequer perceberam a mesmice inerente da cidade, só estavam ali há um dia e não retornariam ali por alguns anos. Cada um deles tinha sua história, e de alguma maneira, todas elas entrelaçaram-se alguns minutos atrás, na taverna Vinho Fresco. Essa improvável união tinha somente uma explicação. O Oráculo.
    Pouco importava qual era o motivo, antigas maldições a serem desfeitas, destinos a serem completados, promessas a serem cumpridas, relíquias a serem encontradas, futuros a serem impedidos, todos sabiam que encontrariam as respostas que buscavam no Oráculo. Diante deles, as velhas portas da cervejaria não faziam jus à jornada que se seguiria, mas a jornada certamente estava apenas começando.

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